domingo, 27 de novembro de 2011

UM POINTER NO SÉCULO XVII NUM ESTUDO DE PIETER BOEL (EXCURSO) – PARTE II

EXCURSO - PARTE II

Presentation of the oldest or first iconographic representation of the English Pointer (a posteriori, evidently...) or Pointer in a Pieter Boel Study of a Louvre Museum collection.

La première representation iconographic du braque anglais (a posteriori, évidennent...)  ou pointer - c'est un Étude de Pieter Boel "Dix-sept études de différents chiens", du 3º quartel do séc.XVII, procédent du Cabinet du roi et gardée dans une collection du Musée du Louvre?

Louvre Museum Graphic Art Database

Vamos imaginar como é que reagiria Domingos Barroso ao Étude de Pieter Boel, "Dix-sept études de différents chiens, do 3º quartel do séc. XVII".

O Padre Domingos Barroso (D.B.), autor de "O Perdigueiro Português", sendo caçador e tendo lido quantos livros e artigos conseguiu apanhar sobre cães e caça – é portanto D.B. um ensaísta-caçador, se atendermos ao conceito de historiador caçador proposto por Bugnion (cf. Jacques Bugnion, Les Chasses médiévales, 2006, pág. 152) - inquiriu-se sobre como é que o nosso cão de parar autóctone e antecessor do Perdigueiro Português, talvez o podengo de mostra de que fala o livro de D. João I

[(edição e prefácio por Esteves Pereira) Livro da montaria, feito por D. João I, rei de Portugal, conforme o manuscrito n. 4352 da Biblioteca Nacional de Lisboa; pub. por ordem da Academia das Sciências de Lisboa - ver, ainda, a edição crítica de José Maria Abalo Buceta, Livro da Montaria D.João I de Portugal]

poderia ter ido parar a Inglaterra durante ou na retirada dos exércitos no final da Guerra da Restauração (1640 a 1669), terminando com o Tratado de Paz de Lisboa - guerra essa, curiosamente, em que Ingleses e Franceses foram aliados dos Portugueses, e que convém não olvidar para, deste modo, se vislumbre de forma fulcral toda a base da formação do Pointer.

Dirk Stoop, flamengo, foi pintor oficial de Portugal (de 1651 a 1659) na Guerra da Restauração da Independência e pintou muitos durante a vida cães e cenas de caça onde eles participavam. Por cá, no nosso reino, nem por isso: não pintou nenhum cão em cenas de caça, de pelo curto ou de pelo comprido, de focinho arrebitado ou não - há um quadro do Terreiro do Paço, no Museu Nacional de Arte Antiga, (o cão que galopa no canto inferior esquerdo é um épagneul directamente bo quasro ou em grande ampliação duma reprodução). Portanto, até hoje não foi encontrado em lado nenhum, um cão semelhante a este, naso rivolto (cão semelhante a um pointer que está deitado) nem semelhante aos outros tipos de cães que aparecem no Estudo de Pieter Boel que tivesse sido pintado por Dirk Stoop.

Domingos Barroso estudou os movimentos dos exércitos e o papel que os oficiais aficionadas da caça com cão de parar poderiam ter tido na emigração do dito antepassado do cão de parar autóctone, reproduções iconográficas e materiais publicados disponíveis. Eu vou usar um pastiche de trocas de presentes entre os reis e as cortes.

Esta variante de braco (no Estudo de Pieter Boel) de cabeça e cauda idênticas à do estalão do pointer, (imaginemos) teria sido oferecida por Louis XIV ao Infante ou ao depois Regente D. Pedro, conhecendo-se os seus gostos pelos desportos

[in, Pedro II de PortugalWikipédia, a enciclopédia livre:

"Diz Veríssimo Serrão em 'História de Portugal', volume IV, página 233: 'Um historiador coevo exaltou as suas qualidades físicas, tanto na destreza das armas como no toureio a cavalo, por ter uma agilidade e fortaleza que o predispunham para exercícios de violência. Foi no seu tempo que o palácio de Salvaterra de Magos voltou a ser o local preferido da corte, ali se instalando D. Pedro II nos meses de Janeiro e Fevereiro, para se dedicar aos desportos da montaria. ... Senhor de grande memória, o monarca nunca recusava audiência a quem lha pedisse, tanto de dia como de noite, deleitando-se em ouvir os outros e em discutir os assuntos nos mais ínfimos pormenores. Essa qualidade era ... um dos seus maiores defeitos, porque queria sempre ouvir a opinião dos conselheiros, o que o levava a dilatar a resolução dos problemas...'; deve acrescentar-se, ainda, a edição de Rainer Daehnhardt, do livro magistral de Cesar Fiosconi, e Jordam Gusterio, Espingarda Perfeyita & regars da sua operaçam com circunftancias neceffarias para o melhor acerto; dedicada á Magestade do Serenissimo Rey de Portugal Nosso Senhor D, Joaõ V., se pode encontrar na pág. 152, "Bem fe verifica o referido na Efpingarda com que tirava o Sereniffimo SenhorRey Dom Pedro II, que fanta gloria haja, que tendo na fua cafa das Armas muytas, & boas, feytas pelos melhores Meftres da Europa, naõ ufava mais que da accrefcentada feyta por Marcos Antunes" [On ye most excellente work,"Espingarda Perfeyta" or "Ye Perfect Gun"], idem, no que se pode comprovar em Sousa Viterbo, A armaria em Portugal: Memoria apresentada à Academia real das Ciências de Lisboa , pág. 39, 1907 e, também, em Eduardo Borges Nunes, Inventário post mortem del-rei D. Pedro II,1969, pág. 99].

Digamos, repetindo: Louis XIV teria oferecido o cão ao nosso rei D. Pedro II (ainda regente, que será talvez o regente da regent's breed de que fala Lascelles, A series of letters on angling, shooting, & coursing, pág. 169 - que preferimos a D. João VI que foi muitos anos Regente, por causa da doença de D. Maria tendo em conta as suas qualidades atléticas) para se desculpar da bronca diplomática do casamento da sobrinha que à bruta bateu o pé e sem reverência a sua Majestade Rei Sol - homem cuidadoso no dressage e cioso no trato dos seus "chiens d'arrêt et grand tireur au vol".

Ou, como alternativa, então, este cão de nariz arrebitado representado no Étude de Boel, poderia ter sido oferecido por Louis XIV para apaziguar e contentar a sobrinha Maria Francisca Isabel de Sabóia, que ficou muito incomodada com o casamento com Afonso VI (em 1666), e, logo a seguir, se enlaçou perdidamente (o que por si só a deve ter apaziguado e contentado, porque foi mal que veio por bem, como chegam o dizer que foi o relâmpago para S. Paulo naquele fado da estrada ao encontro do destino divino) logo no ano seguinte, com o futuro D. Pedro II, que depôs à força o rei seu irmão do trono e o manteve preso tendo permanecido Regente (particularidade digna de registo) até à morte do tresloucado D. Afonso VI.

O Padre Domingos Barroso (O Perdigueiro Português)e Arkwight (The Pointer and His Predecessors...., 1906, pág, 28), também referem a Guerra da Sucessão de Espanha como outro momento em que o perdigueiro autóctone, como é chamado na lei, muitas vezes citada e editada (há três edições na BN ...), bem como da sua proibição de uso e posse de D. Sebastião, durante a Guerra de Sucessão de Espanha (entre 1702 e 1713/4) - terminada com a Paz de Utrecht em 1713/4, em que D. Pedro II combateu contra Louis XIV e estando ao lado dos Ingleses - como o momento em que os oficiais dos exércitos ao regressarem teriam levado o nosso cão de mostra para Inglaterra. Hoje conhecemos outro facto iconográfico perturbante, um quadro de Desportes, feito em Inglaterra em 1713 a cães que provávelmente teriam vindo de França, e que pertence à Colecção Chatsworth, «Two pointers belonging to the 3rd Earl of Burlington with dead game in a landscape», 1713 [in, Michael Meredith Hardy, The Origins and History of the German Shorthaired Pointer, 1962] - que são, curiosamente, dois pointers perfeitos. De referir que Richard Boyle, 3º lord Burlington, que pertenceu depois à Freemasonry [ver: Association of Gardens Trusts e The constitutions of the free-masons, 1723, pág 48, sofria de grave franco-italofilia e logo em 1714 aos 14 anos foi fazer a sua Grand Tour, idade em que era ideal partir.

Desportes, «Two pointers belonging to the 3rd Earl of Burlington with dead game in a landscape», 1713.


Quadrícula retirada do quadro de Desportes, «Deux chiens gardant du gibier dans une paysage», 1713, assim nomeado in: George Lastic et Pierre Jacky, Desportes, 2010, pág. 119.

A ampliação revela que o cão com a cabeça de perfil, tal como outro no quadro, não tem focinho em prato ou dished face - não têm, ambos os cães, eixos longitudinais cranio-faciais superiores convergentes.

Mas o facto é que se estes dois pointers poderem ter ido de Portugal, fazem surgir problemas seguindo essa via da imaginação, e não é por Dirk Stoop não ter desenhado ou pintado nenhum, vejamos:

Ora bem, depois da paz de Utrecht (1813), M. Freyre assina a gravura em que um caçador atira por cima de um cão parado (over de dog) a aves que voam, na p. 357 (ou interposta entre as pp. 157 e 159 da edição original) da Espingarda Perfeyta, 1718, mas o cão não parece da variação (Darwin) simo potiusquam adunco rostro (Biondo, citado por Arkwright, The Pointer and His Predecessors...., 1906, pág. 50 e 51) contudo algumas pessoas poderão conseguir ver, pelo contrário, um focinho arrebitado, 'dished' face, um ligeiro angulo convergente formado pelos eixos longitudinais superiores do crânio e da face - mas a implantação das orelhas poderá parecer um pouco baixa... a cauda embora pareça cortada, parece estar bem, o pescoço pode ser entendido um pouco comprido, afinal talvez não... -. Então, este cão poderia ser mesmo um descendente do cão que imaginámos enviado para Portugal por Louis XIV, um cão vindo doutro lado, por exemplo da Espanha ou, então, podendo ser mesmo autóctone, o que seria, só aparentemente, mais verosímel por presunção.


Como também não é de teimar na hipótese de que D. Afonso VI (que os diplomatas Portugueses, que lhe negociaram o casamento com a Sabóia antes de 1666, tenham levado o cão ao Rei Sol) e Louis XIV que, com Pieter Boel disponível, julgo que desde 1668, teria proporcionado ao pintor a oportunidade de este realizar o seu Estudo "Dix-sept études de différents chiens".

O problema começa a surgir quando se cai na "xico espertice" de enunciar que o Regente D. Pedro, sendo o verdadeiro regente da regent's breed (só agora pubicamente e verdadeiramente divulgada porque até agora tem sido assunto desconhecido dos autores - e aqui, haverá gato?), para influenciar ou agradecer concessão matrimonial da sobrinha a Louis XIV ou por outro favor (a Guerra da Restauração só iria terminar em 1668 com a Paz de Lisboa) lhe tenha enviado esses famosos Perdigueiros da regent's breed de que nos fala Lascelles (que todos os que o leram e não repararam, de Arkwright ao dr. Louis Melre, que citam várias vezes A series of letters on angling, shooting, & coursing (mas nunca na pág. 169, pela razão que desde Leopoldo Carmona é apontada: falta de conhecimento de Portugal e da Cultura Portuguesa). Mas, estranhamente, os cães da regent's breed fazem com força lembrar a Robert Lascelles, pág 166, a conhecida gravura de Wollett, "The Spanish Pointer", 1768 - ver esta gravura em Arkwright, The Pointer and His Predecessors...., 1906, PLATE VIII,entre as págs 48 e 49



Digo estranhamente, porque o cão da a gravura de Wolllett, feita segundo o quadro de Georges Stubbs, "The Spanish Pointer", 1760, é um corpolento cão, e belo, porque em perfeita forma física, que não tem a ver (é muito diferente) com o elegante pointer representado deitado, muito elegante, também em perfeita forma física, do Étude de Boel, "Dix-sept études de différents chiens", do do 3º quartel do séc.XVII, repito: do séc XVII, segundo o Museu do Louvre! Acontece também que George Stubbs pintou, sete ou oito anos antes, cães de parar mais elegantes (muito semelhantes aos pintados por Tillemans, abaixo) que o Spanish Pointer, 1767. Aquele que segue é conhecido por "Shooting at Goodwood"


Para o 3º Duke of Richmond, quadro de uma série de três, Georges de Stubbs, "Shooting At Goodwood", 1759-1760. W. Enos Phillips, publicou uma fotografia deste quadro entre as págs. XVIII e XIX de The True Pointer and His Ancient Heritage, 1970.

Anteriormente, 35 anos antes de Stubbs ter pintado o "The Spanish Pointer", Tillemans tinha pintado o quadro abaixo, a primeira representação do pointer em Inglaterra, segundo Arkwright.


Para Evelyn Pierrepont (o amigo de Buffon) o quadro de Tillemans, "The Duke of Kingston shooting in the grounds of Thoresby Hall", 1725.

Curiosamente, Evelyn Pierrepont, 2º Duke o Kinsgston, saíu para a sua Grand Tour em 1726 com 14 anos para ir ter com Buffon que tinha apenas menos de meia dúzia de anos a mais que o Duque e, portanto, não estava ainda à frente do "Cabinet du roy", claro.

Vamos lá com juízo: isto não passam de hipóteses fantasiosas com hiatos ou espaços vazios, no plano da prova, inultrapassáveis - são abstracções selectivas do pensamento e da imaginação, arbitrarias e distorcidas, induções amplificantes, catatimicas e passionais.

Charles Darwin ficaria espantado com o Étude de Pieter Boel, "Dix-sept études de différents chiens", 3º quartel do séc.XVII, sobretudo pela sua origem Francesa (Louis XIV) - a data de Darwin para a chegada do Pointer a Inglaterra teria sido posterior a 1688 e a sua origem a Espanha (leia-se: Península Ibérica) e considerava ter sido necessária uma grande transformação da morfologia do cão ao longo dos anos [Darwin, C. R. 1868, The variation of animals and plants under domestication, Vol, 1, pág. 42 - Text Images Text & images PDF]

"Our pointers are certainly descended from a Spanish breed, as even their present names, Don, Ponto, Carlos, etc., show; it is said that they were not known in England before the Revolution in 1688 (1/86. See Col. Hamilton Smith on the antiquity of the Pointer, in 'Nat. Lib.' volume 10 page 196.); but the breed since its introduction has been much modified, for Mr. Borrow, who is a sportsman and knows Spain intimately well, informs me that he has not seen in that country any breed "corresponding in figure with the English pointer; but there are genuine pointers near Xeres which have been imported by English gentlemen." [p. 42]

Se Domingos Barroso visse o Étude de Pieter Boel, "Dix-sept études de différents chiens, do 3º quartel do séc. XVII", quadro que me parece ilustrar a teoria dos cruzamentos de cães do século XVII expressa nas obras clássicas da Espanha do séc XVII, ou outra formulação cifrada da teoria do cruzamento entre cães do mesmo século, teria ficado muito satisfeito por ter começado o seu livro com referência a Buffon sobre os cruzamentos inter espécie. O exemplo que dá é o do cruzamento do cão com o lobo [este assunto é tão importante para Domingos Barroso que logo na pág. 11 d'O Perdigueiro Português faz uma "revisão" científica actualizada da matéria com um artigo Georges Hervé, "Entre chien et loup (note d'hybridologie)", Revue anthropologique, n, 7-9, Juillet-Septembre, 1931, p. 201 a 219] e ter ido logo a seguir para o transformista Alphonse Toussenel, L'esprit des bêtes véneririe française et zoologie passionelle, 1847 (clicar Gallica e ver a 2ª edição de 1855) e de usar o livro de G. de Marolles, Chiens de Faucon. Chiens d' Oysel Chiens d'árrêt (1924), para enriquecer o seu tesouro de citações, mas nunca para aderir à sua teoria da incompatibilidade do "chien courant avec le chien d'arrêt", com a qual G. de Marolles atacava ferozmente a "teoria do enxerto do chien d'arrêt dans le chien courant" de Piétrement, - L'origine et l'évolution intellectuelle du chien d'arrêt, 1888, a que Alphonse Toussenel aderiu.

Falta, então, falar do galgo na interpretação proposta dos cruzamentos para obter o pointer cifrados na pintura que é apresentada: do galgo que no canto superior direito do Étude de Pieter Boel de costas para quem olha o "Dix-sept études de différents chiens" para os dois cães [cadelas pequeninos(as) do canto inferior esquerdo dos Études o que pode assinalar um ou dois cruzamentos sucessivos]. Não posso deixar de acrescentar que no texto de Ruy d'Andrade, "Cães de Caça" [in Revista Caça & Sport, 18 de Abril de 1924, pp.6-13, editado pelo Cão de Parar, nas pág. 12 e 13] aparece o melhor texto que li sobre o galgo no estilo inconfundível do autor - este texto trata do galgo Português (conhecido por galgo espanhol ou galgo dos ciganos) e sobre o galgo inglês - o galgo Português caça à vista e a ventos...

CANIL DE VERSAILLES

Um dos lugares dos saberes, do saber sobre os cães em data próxima à que Pieter Boel realizou o seu Étude "Dix-sept études de différents chiens", du 3º quartel do séc.XVI, para Louis XIV.

Aqui trabalhou Briffardière para Louis XIV, Antoine Gaffet (de la Briffardière) et Chappeville, Nouveau traitée de Vénerie,, [1ª ed. 1742] 1750 [ler a entrada GAFFET DE LA BRIFFARDIÈRE, em J. Thiébaud, Bibliographie des ouvrages Françaises sur la chasse, 1934] - da nota Gaffet de la Briffardière, retiramos uma parte, mas deve ser totalmente lida:

"...La paginationest mal chiffrée, bien que les signignhatures se suivent. Il y a des pages 176; la page 208 n'existe pas; la page 275 est chiffrée 245; aprés la page 288 la pagination saute à 305. La page 325 est chiffrée de 225; la page 337 est chiffrée 387. Dans certains ex., le mot «introduction» ne figure pas au bas de la page 16. ..." [por curiosidade diga-se que a edição de 1750 do livro de Briffardière esteve à venda na Bertrand de Lisboa na véspera do terramoto pombalino, cf. Manuela D. Domingos, Bertrand: uma livraria antes do Terramoto, 2002]

Por outro lado, foi editado no Cão de Parar [7 de Julho de 2010], o texto de G. de Marolles, "Chiens de Faucon Chiens d'Oysel Chiens d'Arrêt" (1922), onde à pág. 52, se pode ler: "on voi un chapitre sur La Maniére de dresser le Chien d'arrêt. Le privilège du Roi relatif à cet ouvrage est du 10 avril 1725. L'expréssion chien d'arrêt existait donc un peut avant 1725, et fut très peu employée avant 1769 et même 1810" - chamavam-lhe chien de plaine.

De mesmo modo, O Cão de Parar editou [25 de Junho de 2010] o extracto “Le Chien Couchant, Ses deux origines” (págs. 117 a 123), de Jacques Bugnion, Les chasses médiévales, p. 122, segue G. de Marolles quanto à expressão "d'arrêt": "Le [l'expréssion «chien d'arrêt] chien d'arrêt apparait pour la première fois dans le Nouveau traité de Vénerie de Gaffet de la Briffardière (1742). L'Expression sera reprise par Diderot dans son Encyclopédie (1751)." - Encyclopédie de Diderot et d'Alembert, Page 20:2:21, Page 20:2:22, Page 20:2:23 - em que o cap.de Briffardière, "La Maniére de dresser le Chien d'arrêt" é, pura e simplesmente, transcrito.

No séc. XVIII, Buffon esteve à frente do Cabinet du roy - Buffon et l'histoire naturelle: l'édition en ligne, (pesquisar «chien»); Buffon, Histoire naturelle, générale et particulière: Volume 2;Volume 23, (Chien, pág., 163. braque, 348).

LE CHENIL


"Derrière la Grande Ecurie, l'hôtel du duc de Chaulnes est aménagé depuis 1682 pour accueillir le chenil. Le palais a subi quelques transformations pour accueillir l'institution qu'est la Vénerie. Les dernières finitions devraient être effectuées l'année prochaine (1688) avec la décoration de la chapelle par le sculpteur de La Lande.

Le duc de La Rochefoucauld, en sa qualité de Grand Veneur, est logé dans les bâtiments. Il est assisté de dix lieutenants et sous-lieutenants, 38 gentilshommes de la Vénerie, des valets de chiens, pages, piqueurs, etc... Les cours hébergent entre 200 et 300 chiens, regroupés dans différentes cours selon leur race et leur âge"
.


"Il est facile de comprendre la grandeur de ce premier logement, quand on sait combien le Roi a d'Officiers pour la chasse du cerf ; la quantité de Gentilshommes, de Pages, de Gardes, d'Archers, de Valets, d'Artisans, de chevaux, de chiens & d'équipages : Car toute cette suite si nombreuse se trouve rassemblée dans le Chenil aurpès du logement de M. le Grand Veneur, qui est le principal corps de logis qu'on y doit remarquer." [Félibien]

Vale a pena clicar nos sites abaixo:

- Bienvenue sur le Site Versailles 1687 - Le Chenil

- Encyclopédie, ou Dictionnaire raisonné des sciences, des arts et ... - Denis Diderot, Jean le Rond d'Alembert, "L'on avoit conservé cet usage jusqu'au règne de Louis XIV; j'ai vu de grandes cheminées, environnées de grillages de fer, dans les chenils de Versailles ..."

- Histoire de la chasse en France depuis les temps les plus reculés ...: Vol. 1 [Joseph-Anne-Emile-Edouard Dunoyer de Noirmont (baron) – 1867] - "Le chenil de Versailles, situé derrière la grande écurie, coûta pour le moins 200000 écus (3). Le Roi agrandit considérablement le parc de chasse de Versailles et entoura de murs la forêt de Crouy, à laquelle il voulut qu'on donnât ..."


Alain Cambon, "Plan du chenil de Versailles. Plan masse"

[em continuação]

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